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2010-07-13

Talvez fosse apenas louco



#19 - Someone that pesters your mind - good or bad


Will,

Pulei para esse dia logo porque você já está na minha cabeça de novo. Aliás, eu deveria dizer porque você continua, porque na verdade, nunca saiu. Só muda de intensidade.

É meio bizarro escrever para um personagem, ainda mais por você ser meu, mas não é exatamente porque você não existe. Já faz um tempo que eu penso mais de duas vezes antes de dizer que algo não existe, porque esse negócio de existir tem tantas nuances que eu não posso acreditar que conheça todas. O bizarro, na verdade, é que você só vai ler se eu te fizer ler. Ou não, porque se eu estou escrevendo, então estou lendo, e de certa forma você nada mais é do que mais um pedaço de mim.

Ok, vamos pular a metalinguagem.

Eu te vi nascer e crescer. Ou, sejamos sinceros, eu fiz com que você tivesse uma vida. Olhei para você e disse: você vai ter uma infância, e então a criei. Que coisa mais megalomaníaca, não? Essa coisa de dar uma vida a alguém. Uma não, muitas. Várias versões, várias mudanças. Você disse tudo o que eu pus na sua boca, na maior parte do tempo. Na outra parte, você foi tomando os seus caminhos e eu não te neguei isso.

Você é o meu amigo mais íntimo, Will. Você não me conhece, mas veio de mim, e isso basta. Você está aqui o tempo todo, independente de histórias e fatos.

Eu te fiz sofrer tantas vezes, porque queria dizer algo com isso. Eu te fiz sofrer tantas vezes porque eu também estava sofrendo, e você sempre foi o meu escape. Assim como tantas outras vezes eu ri fazendo você rir, e chorei quando imaginei se você deveria morrer. Eu chorei muitas vezes com você, e esse é o nosso segredinho, porque é cheio de spoilers.

Penso em você quase o tempo todo. Sabe de uma coisa, Will? Ontem eu me senti meio culpada por estar escrevendo uma fic de madrugada, e não você. Por estar pensando no Sirius e não em você. Desculpa aí, mas eu precisava terminar aquela cena. Bom, se eu não tivesse contando, você nem saberia disso, mas agora que eu disse você deve ter se sentado naquele sofá branco da casa do Orlando - por quanto tempo ele vai ficar branco desse jeito, hein? -, cruzado os braços e me olhado com aqueles seus olhos que eu imaginei tantas vezes para chegar ao tom certo. Você deve ter mordido o lábio inferior, olhado para o lado por um instante e sorrido meio de lado, como você sempre faz. Então é assim que você me trata?, você deve ter dito. Ah, Will, você se ofende tão fácil!

Eu poderia ter te dedicado a carta dezoito também, não é? The person that you wish you could be. Você é tão forte, Will, mesmo com todas as coisas que eu te faço passar. Você está sempre lá, você não desiste, e olha que você poderia ter desistido muitas vezes. Você não se desfez com o tempo, mas ficou mais elaborado. 

Uns vinte anos depois daquela sua ceninha no sofá - me sinto o Doctor agora, posso manipular o tempo! - você ainda vai dar aquele seu mesmo sorriso, um pouco prejudicado pelo tempo e pelas circunstâncias, é verdade, mas você ainda vai ter os mesmos olhos. Ah, Will, como eu fico feliz que você exista pra mim. Em mim.

3 comentários:

Diana disse...

Que coisa... Tocante.

Júlia disse...

caramba.

morgana feijão disse...

Que coisa... tocante.

E caramba.

E... porra.