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2011-03-19

Can somebody see

...what this world has done to me?

Há algum tempo eu fiz um acordo comigo mesma: não te apaixonarás. Meio idiota, eu sei. Completamente idiota, eu sei. O fato é que eu continuei acreditando em todo tipo de amor, exceto o romântico, o dos ~relacionamentos amorosos~. É uma forma de defesa, claro. Não muito eficiente, mas eu tentei. 

Eu tinha me esquecido de como é divertido ficar interessada em alguém específico, e de que a palavra é exatamente essa: divertido. E então eu percebi que nunca me apaixonei de verdade por ninguém, e mesmo sendo jovem e all that jazz, isso me deixou meio... sei lá. Me fez parar pra pensar. Sempre foi tudo curiosidade, ver no que ia dar, atrações e nada mais. 

Mas essa semana teve uma intervenção (é assim que chama?) no IFCE e alguns casais começaram a dançar no meio do pátio, pra divulgar o grupo de dança de lá e etc. Eu nem ouvi direito as explicações. Aquilo me deixou meio hipnotizada. Fiz Dança por um ano e meio, e era uma das coisas que eu mais gostava de fazer lá.  E então eu fiquei olhando aqueles casais dançando, alguns dos caras com quem eu já tinha dançado também, e me deu a maior saudade do mundo. E era bonito e animado, mas chegou uma hora em que aquilo simplesmente doeu. Cinco segundos em que eu me senti como se tivesse perdido alguma coisa muito importante que não tenho mais como recuperar, cinco segundos em meus olhos ameaçaram encher de lágrimas por uma coisa que eu nem sabia que sentia tanta falta assim. E talvez eu nem sinta, e aquela tristeza toda tenha sido por ter feito parte daquilo e não fazer mais. Talvez nem tenha sido tristeza, mas um acesso súbito de nostalgia.

E o que diabos isso tem a ver com o que eu estava falando antes? Tem muito a ver. Porque são esses momentos que me fazem ver que, como o Will, meu coração não secou, só endureceu um pouco. 

Não é que eu tenha pressa em me apaixonar, ou que ache que isso seja uma obrigação da vida ou algo do tipo. Tem tempo, eu sei. E, de qualquer forma, eu fujo desse amor romântico como fugiria de uma sala de tortura. Não sei exatamente quando isso começou, mas não é de agora. Contraditório, né? Só achei meio curioso nunca ter realmente acontecido pra que eu possa pelo menos fugir com coerência (oiq). Pra falar a verdade, talvez até exista um pouco de coerência, sim; fujo do amor dos outros porque sei que de mim não vai sair nada. Pelo menos nunca saiu. Pelo menos nunca senti de fato. Talvez eu saiba quando acontecer, se acontecer. Talvez não.

2 comentários:

morgana gomes disse...

Ainda tô tentando fazer com que o negócio do "não te apaixonarás" dê certo '-'

Júlia disse...

[] [] []
já fugi muito também