(um dia resolvi escrever sobre o amor no ponto de vista de cada personagem que eu tinha. no final só consegui fazer o do Will.)
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Eu já não sei bem o que pensar sobre o amor a essa altura da vida. Quando a gente olha pra trás, é até fácil achar uns exemplos de momentos em que estivemos apaixonados, mas a gente nunca percebe essas coisas em tempo real. E geralmente quando percebe é porque já não é bem assim. Eu também já não sou mais um tipo romântico; se bem que acho que, na medida do possível, eu nunca fui realmente um. Mas, se é pra fazer uma avaliação do passado, então está bem: eu amei. E amei como dizem que os adolescentes amam, com toda aquela entrega total e liberdade que fica impossível de reproduzir depois de um certo tempo. Mas não sei dizer se amo agora, no tempo presente. É difícil dizer quando já não se sabe mais como ou o quê sentir. Não é que meu coração tenha secado, mas ele certamente endureceu um pouco. Isso acontece com todo mundo, mais cedo ou mais tarde, não é? Mas, então, voltando ao que eu estava falando, eu já não sei mais como amar hoje em dia. Não é como se eu pudesse - ou conseguisse - de repente acordar com o coração de um garoto de dezesseis anos. Não qualquer garoto, mas o que eu fui. Mas eu ainda percebo o amor nos outros; percebo os olhares, os gestos, os toques, e fico pensando se não foi sempre assim, e eu é que enxergava de um jeito diferente. Talvez, embora eu não perceba o meu próprio amor, ele o sinta como eu sinto o dele.
Um comentário:
Só passei pra dizer que me identifico com o Will. E pra dizer também que cansei de ler sem comentar hehe
Boa quarta-feira de cinzas '-'
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