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2010-01-26

Raindrops keep fallin' on my head...



Como sempre, eu fui dormir às três horas da manhã, depois de re-assistir mais um episódio da quinta temporada de Lost e ouvir Daft Punk. Eu tava visualizando toda uma linha de produção da Ford depois de ouvir Technologic (...plug it, play it, burn it, rip it, drag and drop it, zip - unzip it, lock it, fill it, call it, find it...) e sonhando coisas estranhas envolvendo camisas azuis quando de repente... Percebi que estava chovendo. Acho que eu estava naquele estado entre estar acordada e estar dormindo. Já era manhã e estava chovendo de verdade.

Antes que você pense que estou maluca, vou explicar minha felicidade: faz um tempão que não chove aqui, umas duas semanas, senão mais, sei lá. E tá quente, muito quente. Nada comparado aos quarenta graus do Rio, mas aqui os trinta e três já são horríveis. Nunca esteve tão quente.

Daí, claro, naquele estado de quase sonho em que eu estava, fiquei toda feliz. As janelas estavam abertas e o vento era friiiiio. Maravilha. Daí eu acordo, horas depois, desidratando mais uma vez. Já tinha parado de chover e eu ainda estava enrolada com dois lençóis. Argh.

2010-01-21

I'm crazy for feeling so lonely, I'm crazy. Crazy for feeling so blue.



Assisti C.R.A.Z.Y. há mais ou menos uma hora. Sei que pra falar de filmes eu tenho que ir pro .status quo., mas esse aqui é especial. Não é nem porque eu quero assistir desde que estreou há séculos, não é nem porque o filme é foda mesmo, não é nem porque eu sempre babei no cartaz, ou porque a trilha é muito boa, ou qualquer coisa assim. É só porque, quando acabou, eu senti que aquilo tudo foi comigo. Eu não lembro da última vez que isso aconteceu. Existem muitos filmes bons no mundo, mas bons mesmo. C.R.A.Z.Y. definitivamente é um deles, mas, porra, aquilo ali definitivamente foi comigo. Sabe quando você passa um tempão sem saber como expressar o que tá sentindo e de repente vê uma coisa que te diz exatamente isso? Pois é. Não sei se é porque eu sou chorona mesmo em filmes, mas que passei um tempinho soluçando depois, isso eu passei. A cena final quebrou minhas pernas para todo o sempre e mais além. Não, não é um filme triste. É só que era tudo o que eu precisava agora.

2010-01-17

Mas que coisa, hein

...daí que ontem (ou terá sido anteontem?) eu tive vontade de escrever. Mas não somente escrever como estou fazendo agora, ou escrever como escrevo uma carta ou um e-mail ou um recado no Orkut ou uma resposta no formspring. Mas sim de escrever uma história. Ela veio semi-pronta na minha cabeça. Veio o título, as primeiras frases, a atmosfera, e de um modo muito estranho que sempre acontece comigo, eu sei tudo o que vai acontecer e nem sei do que diabos se trata.

Aí eu abri o Word, não necessariamente toda feliz, mas me sentindo produtiva, e escrevi um parágrafo. E, pronto, passou. Criei um épico na minha cabeça e a vontade passou com um parágrafo. Mas que coisa.

E é nessas horas que eu tenho vontade de pegar o Will pra escrever de novo. Tenho vontade de reescrever milhões de vezes cada bendito pedacinho que fiz, só pra olhar de novo e ver que não ficou bom. Pode parecer loucura, e que é por isso que nunca acaba, mas eu adoro fazer isso, hahaha. Se dá pra melhorar o que foi feito, então vamos lá. Aí eu me lembro que tenho dezenove capítulos de Sais de Prata pra terminar, e corro pra ele. Aí eu me lembro que tenho 743627348 de fics pra terminar/começar/continuar, e corro pra elas.

E então eu penso: porra, do que é que eu tô reclamando? Eu devia me sentir a pessoa mais feliz do mundo por ter tanta coisa pra escrever.

Agora dá licença que eu vou assistir o restinho de Milk e baixar Glee.

(aliás, hoje é aniversário da Rebeca e da Chrissie. Parabéns, meninas, vocês são raio, estrela e luar :* )

2010-01-14

So, if you sleep until you're 18... Ah, think of the suffering you're gonna miss.

Eu nunca esqueço esse pequeno diálogo de Pequena Miss Sunshine:

Dwayne: I wish I could just sleep until I was eighteen and skip all this crap-high school and everything-just skip it.

Frank: Do you know who Marcel Proust is?

Dwayne: He's the guy you teach.

Frank: Yeah. French writer. Total loser. Never had a real job. Unrequited love affairs. Gay. Spent 20 years writing a book almost no one reads. But he's also probably the greatest writer since Shakespeare. Anyway, he uh... he gets down to the end of his life, and he looks back and decides that all those years he suffered, Those were the best years of his life, 'cause they made him who he was. All those years he was happy? You know, total waste. Didn't learn a thing. So, if you sleep until you're 18... Ah, think of the suffering you're gonna miss. I mean high school? High school-those are your prime suffering years. You don't get better suffering than that. 

Resumindo, pra quê pular os piores anos da sua vida?

Eu sempre penso nisso. Sabe, essa coisa de que os melhores e piores momentos da vida acontecem no ensino médio. Bom, sinto muito, mas só estive no ensino médio normal durante um ano. Agora não sei exatamente o que eu sou. Faço parte da parcela estranha da população que bóia entre o médio e o superior: o técnico. Mas isso não muda o fato de que ter entre quinze e dezoito anos é sofrimento na certa, rs.

Só que, bem, eu não posso dizer que tenham sido os piores anos da minha vida. Vou até dizer que foram os melhores. Ainda tem esse, mas né. Coisas ruins sempre existem, de um jeito ou de outro.

Acho que o mais me atormenta agora é o fato de que eu talvez ainda nem saiba o que fazer da vida. Pode não parecer uma dúvida muito terrível, mas eu acho meio angustiante ficar entre Engenharia da Computação e Letras ou Jornalismo o tempo todo. Oi, eu faço Informática e vou me formar ano que vem (amém). O estranho é que ninguém nunca me diz pra fazer Engenharia, mas é o que sempre acho que devo fazer. Acho que eu tô achando isso tão importante agora porque a perspectiva cada vez mais próxima de arranjar um estágio nessa área (informática) me apavora um bocado. Meu irmão me perguntou um dia desses qual era a minha área e pra mim pareceu que levei séculos pra responder. "Redes", eu disse.

Eu quase torço pra não passar em Engenharia por tempo o suficiente pra terminar Letras. E também quase torço pra descobrir que trabalhar com informática é o que eu sei fazer. E, no fim das contas, eu também quase torço pra parar de achar tudo isso tão importante.

2010-01-11

Yes, we can

"Vamos lá, filho, tenta passar pelo menos dois dias da semana completamente sem internet. Pra quê? Ah, pra você ver todas as coisas legais que pode fazer nas horas em que estaria no computador, sentado, sem se mexer."

Daqui a sei lá quantos anos, se eu tiver um filho e ele for tão apaixonado por internet quanto sua doce mãe, eu direi isso aí a ele. Porque eu passei quatro dias sem internet e sobrevivi, descobrindo todas as coisas que posso fazer sem ela.

Mentira. Eu morri de tédio.

Tá, esquece o suposto garotinho viciado em internet. Eu não tinha nada pra fazer. Tudo bem, eu tinha. Assisti todos os filmes do meu estoque de emergência para dias tediosos, li todos os livros do meu estoque de emergência para dias tediosos, liberei oito giga do PC só apagando coisas inúteis e organizando minhas pastas, ouvi música e tentei escrever alguma coisa. Ah, e ainda recebi a linda notícia de que não posso mais usar o mouse com a mão direita, senão meu dedo cai. Ok, ele não vai cair, mas devo usar a esquerda mesmo assim.

Mas tudo bem, agora eu voltei a vida normal. Com a mão esquerda.

2010-01-05

Catch a falling star and put it in your pocket...

...never let it fade away
catch a falling star and put it in your pocket
Save it for a rainy day


Acostumem-se logo com o fato de que eu sempre fico com vontade de escrever, daí abro o word/blogger/caderno/whatever e começo a escrever merda. Como agora, por exemplo. Minhas mãos estão coçando pra escrever e, ora essa, eu tô escrevendo.

Bom, às vezes eu fico pensando no porquê de algumas garotas de doze, treze ou até mesmo catorze anos consideram como coisas mais importantes na vida saber quem fala mal de quem. E eu penso nisso principalmente quando vejo o formspring de uma vizinha minha que está justamente nessa faixa de idade, lotado de "perguntas" anônimas do tipo "aaaaah, você diz q ama fulana mas vc flava mal dela pra miiim!!!1ONE!" e respostas (pra todas as perguntas. todas. tipo, "vc tomou banho hoje?" aí a resposta é essa também) é "ai, amigaaaaa, eu te amo!!!1ONE!!".

Pausa para perder a fé na humanidade.

Pronto.

Eu gosto de imaginar que nas salas dessas garotas existe uma garotinha feia que lê Harry Potter e é razoavelmente inteligente. O maior sonho dessa garotinha, no auge de seus doze ou treze anos, é escrever um livro, e ser bonita e popular como suas colegas de classe. Não necessariamente nessa ordem. Essa garotinha gosta muito de um garoto popular e extremamente idiota, que não vai ser nada na vida em vinte anos, mas as garotinhas bonitas dizem pra ela que ele nunca vai querer beijá-la porque ela é feia.

Esta garotinha, então, vai passar muito tempo achando que o mundo é injusto e imaginando o que ela fez pra que ninguém gostasse dela. Um dia, então, ela vai fazer amizade com uma garota-legal-e-não-popular-e-fresca, e a partir daí vai fazer mais amigos e ver que essas pessoas gostam dela de verdade e sabem diferenciar uma prova de História de uma de Geografia. Esta garotinha um dia vai conhecer as pessoas mais importantes do mundo - pra ela - e vai saber que o mundo não é tão injusto assim. E, claro, ela será feliz.


(obrigada Pitty, Romell, Ewerton e Lucas. vocês fizeram e fazem toda a diferença)

...never let it fade away



2010-01-04

Bueller...? Bueller...?

No primeiro mês do ano, a vontade de criar um blog ataca (quase) todas as pessoas em férias do mundo. Eu não escapei. Sou irresponsável, tenho mais dois blogs, não sei se posso cuidar de três (experiências anteriores dizem que não), mas criei mais um mesmo assim. Porque o primeiro blog é em conjunto e o segundo é sobre música, e eu precisava de algo que fosse só meu e sobre o qual eu não precisasse ter responsabilidade nenhuma. Mentira, eu sempre vou ter que ter responsabilidade sobre alguma coisa. Nem que seja pra mim mesma. Então, lá vamos nós.

*

Esse ano não começou muito diferente dos outros. Continuo não conseguindo desenhar tudo o que quero desenhar, continuo não conseguindo escrever tudo o que quero escrever, continuo não conseguindo assistir tudo o que quero assistir e continuo não conseguindo tocar tudo o que quero tocar no bendito violão. Falando assim até parece que eu tô me lamuriando, e eu tô mesmo. Mau humor na primeira semana de Janeiro é essencial para a sobrevivência. Ok, não é, mas eu tenho assim mesmo.

De um jeito ou de outro, eu estou de férias e isso sim é essencial para a sobrevivência. E aí eu me animo um pouquinho ao pensar que finalmente farei dezoito anos, que num futuro próximo - mais próximo do que nunca - terei uma carteira de motorista e licença para comprar drogas lícitas (tá bom, esquece essa parte). E que na metade do ano que vem, se eu não me foder em nenhuma disciplina, estarei finalmente formada e poderei ser oficialmente chamada de Técnica em Informática, e finalmente poderei fazer vestibular.

Sim, sempre tem coisas boas pra se pensar. (pollyanna feelings)

Agora eu vou tomar café.