Never lost control

Uma vez, há sei lá quanto tempo, eu estava assistindo Quem quer ser um milionário? com o meu (ex-)namorado, que ficou sinceramente surpreso - e exasperado - por eu ter mantido toda a calma do mundo enquanto o dvd enganchava por quase meia-hora de filme. 

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Uma vez, há uns dois anos, um amigo meu derrubou sem querer o meu celular no chão. O celular, obviamente, se arrebentou todo e nem ligava mais. Ele ficou se desculpando, todo preocupado, e eu na maior calma do mundo, dizendo que tudo bem, ia dar pra consertar.

(e deu mesmo.)

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Uma vez, há apenas algumas semanas, uma professora louca disse que ia reprovar a mim e a um amigo meu porque dissemos, entre outras coisas, que ela não ensinava bem. Depois ela começou a fingir que não me ouvia e fechou a porta na minha cara. Não fiquei na maior calma do mundo, mas talvez seja digno de nota que eu não voei em cima da mulher nem quando ela veio tirar com a nossa cara alguns dias depois.

(e não, não fomos reprovados)

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Uma vez, há alguns meses, uma amiga me disse que tinha medo de mim porque eu era muito calma.

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Eu estava pensando nisso hoje e cheguei a conclusão de que às vezes eu posso ser assustadoramente otimista. Porque não é só uma questão de paciência, sabe? É mais algo como pôr na cabeça de que as coisas têm jeito e vão ser devidamente resolvidas. Fico pensando quantas vezes isso não foi tomado como apatia, mas nem é. 

Quanto tenho crises de raiva ou impaciência, geralmente tenho em casa -- geralmente, não sempre. E por coisas maiores/piores dos que as acima citadas. E mesmo assim, depois de tudo, depois de passar horas pensando que a vida é mesmo uma merda sem solução, eu paro e penso que no fim tudo fica bem. 

Vou adicionar isso na lista de Motivos pelos quais eu sou insuportável.