Ah, Will, que saudade de você!
Você que sofre por amor sem precisar nomeá-lo, você que deixa o whatever mode sempre ligado, que vê as pessoas terem pena do seu sorriso cansado e dos seus olhos tristes, você que sabe que a culpa não é deles e está cansado de si mesmo, você que aprendeu cedo demais que o conformismo tem um gosto amargo, que olha enviesado pra câmera do vídeo caseiro
Onde você quer estar daqui a dez anos?
e responde
Eu não sei.
e você sorri porque isso não é triste, é apenas verdade; você realmente não sabe, e não é desinteresse, não é inércia, é pura e simplesmente não saber.
Ah, Will.
Você que é homem por não saber ser mulher, que também tem os olhos cansados e o sorriso triste e me faz escrever com grafite e papel. Você pra quem não disseram como o mundo funciona e descobriu sozinho, que nunca precisou que te dissessem que está fazendo tudo errado, porque você sabe, Will, você sempre sabe, e você continua porque é assim que as coisas são.
Tento não imaginar o que aconteceria se você encontrasse o Jack.
Jack, meu bom Jack, meu poço de narcisismo disfarçado de auto-piedade.
Você que carrega o coração nas mãos e só sabe falar de amor, ainda que o romantismo tenha se perdido em algum lugar da eterna adolescência do Will, disfarçado de inocência e lascívia. Você e os trinta anos que eu não tenho, você e a amargura sem sorrisos cansados. Você que queria ter feito tudo errado só pra ver se seria diferente, Não analisa, não!, já dizia Eduardo e Will o ouviu, mas é tarde demais, você já analisou.
Ah, Jack.
Você que me acorda de madrugada pra lhe dar mais uma vida miserável, você que ainda não aprendeu a arte de não se importar, você que ainda não descobriu o que é não procurar pelo lado ruim. Você que continua porque não tem coragem de parar, você que olha pro papel e diz
Eu não sei o que fazer.
mas você sabe, você sempre sabe. Você só não pode, porque dói demais, porque não cabe no seu peito, porque seu coração já está partido há tanto tempo que você já não se lembra de como era antes de ele saltar para as suas mãos.
Tento não imaginar como seria se você encontrasse o Will, mas é tarde demais.
Eu já nasci.
3 comentários:
tenho muito desses diálogos... na solidão, na noite, ao acordar.
adorei.
;*
Que fofooooo!
(Ora, Claudia!)
Eu juro que tenho que parar de me sentir como se estive "in" de tudo o que leio.
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