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2010-08-21

Sobre ser fucking selfish

Não sou nenhum poço de maturidade, mas tenho percebido que algumas coisas estão mudando ultimamente. Quando fiz aniversário, o Romell sugeriu que eu escrevesse sobre como é ter os tão falados dezoito anos, e eu até comecei a fazer isso algumas vezes, mas nunca saiu do rascunho. Não sei se essas coisas que eu tenho percebido têm a ver com isso, talvez até tenham.

Enfim.

Na verdade, às vezes eu realmente sinto que a vida está passando por mim enquanto eu estou apenas sentada de braços cruzados. Estou num desses momentos de inércia agora. E, claro, a grande maioria desses momentos são caracterizados por uma apatia em relação à minha própria vida que é simplesmente um saco. Sabe quando você não tem perspectiva de nada? Não tem ânimo pra nada, e só deixa os dias passarem, um atrás do outro, pra ver o que acontece? Pois é.

Eu estou me deixando levar pela inércia agora, mas enquanto isso, diferentemente das outras vezes, estou pensando e pensando e pensando. Pensando no meu currículo, em como arranjar um emprego, em cartões de créditos e contas bancárias, em novos ônibus para pegar e pessoas para conhecer, e o fim do meu curso e o início de outros e tudo isso já é assustador o bastante.

Só que, além de tudo isso, o que realmente está fazendo esse momento ser diferente dos outros é que eu estou me sentindo diferente. Talvez não o suficiente para que os outros percebam isso externamente, mas mesmo assim, está lá. Essa coisa de pensar em mim. 

Me chamam de egoísta desde que me entendo por gente (qual é a url desse blog, afinal, hein?), mas, pensando bem, é o que menos tenho sido nesses últimos tempos. A diferença entre mim e as pessoas não-egoístas (se é que existem) talvez seja o fato de que basicamente ninguém percebe que eu me importo. Mas eu me importo, só que muitas vezes apenas se importar não é o bastante.

Estou saindo do foco. Calma aí.

Voltando, existe uma coisa muito importante que só tenho percebido agora: em algumas questões básicas, eu faço as minhas próprias leis. Eu decido o que é bom ou ruim pra mim, e eu sofro as conseqüências por isso. Fazendo uma analogia bem tosca, se eu não gosto de alface, ninguém pode me obrigar a comer alface alegando que faz bem. Eu não gosto, não me importo se faz bem ou não. Só não gosto.

Nossa, isso foi tão tosco que perdi totalmente a credibilidade, não foi? .___.

Enfim. Eu acho que estou começando a realmente fazer jus ao que me disseram uma (ou talvez duas, ou talvez mais) vez(es): que eu sou fiel demais a mim. Não lembro se a entonação do "demais" foi negativa, mas não tem importância agora. Tudo é relativo.

O que importa é que eu tenho pensado muito sobre isso. E eu espero que, dessa vez, pensar em mim em primeiro lugar não seja uma atitude egoísta no mau sentido.

4 comentários:

Giu disse...

Nhooow, Muns! (L)
Eu sei bem como é tudo isso de se assustar com ver a vida mudar. (L)
E também entendo como é ser sempre chamada de egoísta. hahahaha

Bruno Melo disse...

Moons,

O egoismo é algo meramente referencial. Eu sempre me culpo e me odeio por exatamente pensar antes nos outros do que em mim. E normalmente, quase sempre, eu me ferro bonito por conta disso. Só que nesses momentos, parece que simplesmente ninguém percebe, e o dia que eu simplesmente resolvo me satisfazer, eu sou egoista.

Não se culpe por pensar em você, é sério, eu queria aprender isso, queria mesmo, e queria aprender a não me importar com quem não gosta quando eu consigo.

Essa confusão é normal, e eu juro, que espero que a sua não dure, eu até poderia falar de mim aqui também, mas eu não sou exemplo.

bjs e fica bem

Chrissie disse...

(: Está se sentindo diferente? Isso é ótimo (?!)
Ai, ai, enquanto eu leio o que você escreve, eu é que me sinto egoísta por não me importar com isso no sentido de saber que você é incrível e vai dar um jeito nisso.
Não consigo imaginar você se ferrando bonito sem toda a sua classe, hoho.
Honestamente, eu adorei a analogia do alface!
Não vejo nada de mal em você pensar em você, em vista de que é difícil ajudar os outros, a gente nunca sabe se vai tar ajudando mesmo.
Mas enfim, para mim sua credibilidade continua firme em sua posição, hahaha.
tchaaau

' Rôh disse...

"A diferença entre mim e as pessoas não-egoístas (se é que existem) talvez seja o fato de que basicamente ninguém percebe que eu me importo."

Você, também, não ajuda as pessoas a perceberem que vc se importa! Acontece que não demonstrar que você se compadece/alegar/fica triste/sente vulnerável... é uma perspectiva muito cruel pra quem ta do outro lado (afinal ainda não inventaram telepatia, mas ta quase, quem sabe não é vc quem inventa agora que ta toda "puderosa", rs o//).

Eu posso até sentir todo o amor do mundo por alguém, mas se eu não disser isso pra essa criatura, ela nunca vai saber que foi a pessoa mais amada do meu mundo!

Isso é trágico!
=/