...quando eu acho que as coisas vão ficar um pouquinho melhores, eu só me fodo?
Mas ok. Esperança tá aí pra isso.
2011-08-28
2011-08-21
Abismo que cavastes com teus pés
Acho engraçado esse consenso de que a minha vida é muito fácil. De que eu não penso em nada, não tenho problema nenhum na cabeça. É verdade, sim, que não tenho ainda conta atrasada pra pagar, filhos pra cuidar, casa pra manter, nem nada do tipo. Portanto, minha vida é fácil. Fair enough. Pena que, mesmo sabendo que todos os meus problemas são frescuras e invencionices da minha cabeça que não tem mais o que pensar, eu ainda os sinta como se fossem reais. Pena que mesmo assim eu continue chorando no meio da noite, em pânico, com a certeza de que vou morrer no dia seguinte. Nunca morri nesses supostos dias seguintes, mas eventualmente vou, e vou continuar tendo que sair de casa nesses dias, como se estivesse tudo bem, como se eu não me sentisse por um fio. E o que vai restar vai ser um monte de palavras que não vão dizer nada sobre mim, e assim terei passado pela vida sem ninguém ter realmente me conhecido. Viver é muito difícil às vezes - bem, quase o tempo todo, com algumas exceções, na verdade. Cada vez mais penso que a vida que eu acho tão bonita e tão cheia de pequenos prazeres também deve ser coisa da minha cabeça.
Eu não gosto de escrever assim. Vejo a raiva que eu estava no começo do post e acho tudo muito triste e ridículo. Soa como se eu realmente estivesse no fundo do poço. A verdade é que ontem eu estava bem feliz, conversando, rindo, assistindo televisão na sala, cheia de planos. Escrevi, assisti filme, descobri todo um novo sentido na vida, me senti renovada, viva. Dormi depois das quatro da manhã, elétrica.
E agora isso. Desconfio que estou alternando entre esses dois estados há meses. Mas é que eu finjo tão bem que às vezes nem eu percebo.
E pensar que quando me passaram anti-depressivos eu fiz piada, achei que quem tava meio maluca era a psiquiatra porque, claro, eu estava perfeitamente bem.
Sei.
2011-08-15
Não sei lidar
Olha, não sei. Sinceramente não sei. Fui atrás do post em que tinha colocado essa foto:
...porque ela é muito conveniente agora, e vi que ele é de quase um ano atrás. O tempo passa rápido demais.
Acho que não existe um motivo específico pra se sentir na merda, é sempre um conjunto deles. Eu sinto cada vez mais que se eu não fosse eu, eu não me suportaria (oi?). Admiro quem consegue porque, olha, não tá fácil. Eu sou um saco. Eu não consigo prestar atenção nas coisas, eu não gosto de telefone, eu acho que vou morrer, eu acho que vou escrever e não escrevo, eu páro no meio da conversa e fico olhando pro tempo porque lembrei de pensar em outra coisa, eu não tenho um estágio, eu não tenho aula porque a faculdade tá de greve, eu tenho que passar a maior parte do tempo em casa e isso me soa meio ingrato de se dizer, mas, cara, não dá. O relógio do quarto tá parado há uns três dias e eu ainda não me dei ao trabalho de levantar e trocar a pilha. Hoje de manhã repensei a real utilidade de ter um útero, se é pra ele ficar me matando de cólica desse jeito. E foi até interessante, toda uma nova e maravilhosa experiência, dormir por pura exaustão, como se fosse um desmaio, sem sonhos ou perspectiva de acordar. Me gusta não existir por alguns momentos. Talvez quando a greve terminar eu volte ao normal - ou o mais próximo disso que conseguir.
2011-08-12
Who wants to live forever
Eu nunca tinha parado pra pensar no envelhecimento. Até ontem. Talvez porque eu nunca realmente parei pra pensar na possibilidade de viver o suficiente para ficar velha, e aqui eu vou acabar repetindo o que já escrevi uma vez no Will, porque afinal de contas já estamos juntos e misturados de tal forma que não dá mais pra separar. Sempre achei que não ia ter tempo o suficiente, mas e se tiver? Se eu pudesse escolher, morreria bem velha, cem anos feelings, mas perfeitamente lúcida (bom, acho que perfeitamente eu nunca fui, mas tá valendo), fazendo tudo o que quero fazer, tendo feito tudo o que tinha que fazer e tudo o mais. Morreria dormindo depois de ter completado a minha moira neste mundo. Não consigo conceber a ideia de ir sumindo aos poucos, me esquecendo das coisas, das pessoas, das palavras. Ontem parei e pensei se valeria a pena ter tempo se fosse pra terminar assim, cheguei a conclusão de que talvez não valha, e achei triste, muito triste.
Assinar:
Postagens (Atom)