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2012-02-10

I want to become immortal and then die

Hoje eu recebi uma carta – enorme, diga-se de passagem – do meu Pierrot. Nela, entre muitas outras coisas, ele comentou que, afinal, talvez eu só seja um espírito velho, desses que já viveram muitas e muitas vidas por aqui. Ele disse isso por causa da minha ligeiramente mórbida sensação de que, de alguma forma, a minha vida está acabando. Eu não gosto de falar sobre isso nem escrevendo, mas vá. A questão é que durante muito tempo eu tive muito medo de muita coisa. Ainda tenho, é claro, e alguns são perfeitamente plausíveis, outros completamente irracionais. Mas de uns tempos pra cá eu tenho percebido que as coisas estão se encaixando no seu devido lugar, como eu sempre quis que estivessem, aliás. Que eu não tenho mais tanto medo assim e que, de alguma forma não apenas poética, eu posso finalmente respirar.  

No one’s gonna take me alive
You and I must fight to survive

Quero tatuar isso algum dia. Talvez nas costas, mas até lá tenho tempo de decidir. Sim, é de uma música do Muse, mas resume tanta coisa pra mim que é o bastante. Pra falar a verdade, já tem algum tempo que eu tenho uma listinha de coisas tatuáveis – frases, principalmente. Vou anotando e deixando lá, pra ver quanto tempo dura a ideia/vontade. Se durar bastante tempo sem arrefecer (= anos), então é porque já dá pra considerar seriamente. A do Muse não é a minha prioridade, mas é uma delas. Acontece que cada uma das minhas ideias de tatuagem tem uma razão específica de ser, mas semana passada eu decidi quando fazê-las. Não no sentido de marcar dia e hora, mas é que eu sempre considerei tatuagens mais como lembretes do que como enfeite. Um dia decidi que quero marcar meu corpo com o tempo que for passando por ele. Eu quero fazer essas tatuagens para me lembrar de coisas que não posso esquecer e poder lembrar que tive tempo. É uma frase estranha e meio sem sentido vista assim, de longe, but still. Em algum momento, eventualmente, a vida vai me surpreender, e então eu vou saber que esse é meu quando.

2 comentários:

Tangerina disse...

Larissa disse...

Quando tiver dinheiro, vou tatuar "Nothing's gonna change my world" nas costas