Eu tava lendo Morangos Mofados e pensando no que é que me faz gostar do Caio Fernando Abreu. Quero dizer, não é como se não houvesse motivos óbvios e plausíveis, mas é que eu gosto de ficar refletindo nisso. Porque quando eu escrevo assim, pros outros entenderem, eu tenho que parar e pensar, separar frases, reler, me fazer entender. Quando é pura e simplesmente pela catarse, como aqui, eu só sinto. E aí fica essa coisa meio confusa, meio sem começo nem fim, até meio sem história definida. E é isso que eu gosto no Caio, porque quando eu leio - e eu posso até estar errada, mas me reservo à licença poética de achar que não - sinto que talvez fosse assim que ele se sentisse também. Se libertando, deixando ir. Eu só consigo ver isso como deixar o coração lá, no papel. E é bonito demais pra que eu não consiga amar.
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