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2012-11-12

mimimi acadêmico - parte n


Quando estou sem nada pra fazer - ou, melhor dizendo, quando estou procrastinando coisas que deveria estar fazendo - gosto de ficar olhando grades curriculares de cursos que eu faria. É divertido. Só que quando estou assim, no final do semestre, eu tenho que ir olhar a grade curricular do meu curso mesmo, pra ver se não desisto. Parece uma coisa pequena demais pra se fazer, e até é, mas ver os nomes das cadeiras e perceber que eu realmente tenho vontade de cursar boa parte delas é uma das poucas coisas que ainda me dão vontade de continuar. É assim praticamente todo semestre. E aí o próximo começa e as coisas vão melhorando, sinto tudo renovado, até chegar no fim de novo. Então vou fazer um mimimi que provavelmente já foi repetido até a exaustão aqui, mas que vou fazer de novo e foda-se a sociedade.

Quando alguém me pergunta porque eu faço engenharia, uma das minhas respostas clássicas - e mais verdadeiras - é que estou fazendo porque fiz Informática antes. Só por isso mesmo. Só pra continuar o que eu já fazia. É um motivo meio bobo, mas guerras já foram iniciadas por coisas menores (eu acho). Acho uma paunocuzice sem tamanho ficar endeusando curso, mas engenharia de fato é um negocinho difícil. Quem endeusa curso gosta de dar a entender que só pessoas inenarravelmente inteligentes e esforçadas conseguem se dar bem e chegar até o final; mas o fato é que pessoas inenarravelmente inteligentes e/ou esforçadas realmente conseguem se dar bem, mas não se iluda, pequeno gafanhoto ávido por ares de superioridade. Sempre vai existir alguma pessoa, em qualquer curso, que está ali só por estar, que não vai ser eventualmente chutada pela ~seleção natural~ dos cursos difíceis (seja por sorte ou não) e que, quem sabe, vai até terminar o curso. Eu espero estar entre essas pessoas. Não dou a mínima pra ser a melhor pessoa na minha área e estou de boa com minhas notas, obrigado (elas não são ruins, seriously. bem, não todas).

Semana retrasada peguei um livro de equações diferenciais, um de algoritmos e um de arquitetura de computadores. O objetivo era estudar loucamente e, obviamente, passar. Fiz isso? Claro que não. O que essas três matérias têm em comum é que são as primeiras aulas da tarde - ou seja, eu sempre passo a aula toda dormindo profundamente e rabiscando no caderno o que deveriam ser anotações, mas que parecem mais aqueles testes psicológicos em que você tem que deixar o subconsciente ~escrever. Eu pego os livros, mas sei que só vou realmente ler ou resolver alguma coisa na véspera. Não sei porque ainda me surpreendo com isso. Não sei nem porque ainda acho isso digno de nota. Acho que preciso também me convencer de que, não importando qual faculdade eu fizesse, esse seria meu método de estudo. Bah.


2 comentários:

Chrissie disse...

Fico feliz de ter lido isso. É sério, sinto que você me libertou de alguma maldição terrível, Moony. Obrigada.
É simplesmente a primeira pessoa que não tem uma visão "romantizada" (em nível algum) do estar fazendo faculdade. Ainda mais engenharia.
Pra ser sincera, por mais que sinta pelo fato de você não prestar atenção nas aulas que queria, fico aliviada em saber que você continua escrevendo, e deixando o sibconsciente 'ser'. É estranho quanto eu sinto que consigo repirar com a cabeça erguida depois disso. É meio estupido, e posso me arrepender de estar contando isso, mas de qualquer jeito.

Lucas Igor disse...

Cara, tu escreve bem pra caralho ó. Faz trocentos mil anos que não lia algo teu. Mesmo com palavrão, tu escreve com elegância. É tipo uma música dos Stones. A escolha das palavras, a leveza do texto... Enfim, ri que só com esse post e...tu devia fazer Letras.