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2012-12-13

Uma verdade incoveniente

Eu passei muito tempo - provavelmente os últimos cinco ou seis anos - apressando algumas coisas e retardando outras na vida. O motivo é que eu tinha certeza que não estaria vivx a essa altura. Eu sei, soa meio ridículo falando assim, mas eu realmente tive essa certeza que me apavorava e não me deixava dormir por um bom tempo. É como viver com um prazo de validade - meio vago, mas ainda assim um prazo. Nunca pensei no que iria fazer a essa altura da vida, porque achei que não estaria mais aqui.

Só que, guess what, eu não morri. Ainda.

Isso me deixou numa posição meio esquisita. Veja bem, ninguém sabe se vai morrer amanhã ou daqui a cinquenta anos - a diferença é que antes eu tinha absoluta certeza de que a possibilidade dos cinquenta anos a mais não existia pra mim. Agora que existe como uma possibilidade, não sei o que fazer com ela. Não sei lidar com a  perspectiva de viver, how sad is that?

Não é que eu tenha me ~curado~ por completo, mas é como quando te dizem que o mundo vai acabar no ano tal e ele não acaba; você continua com medo que ele acabe, mas agora que passou a data que te deram, não está mais tão encanado com isso (supondo, a princípio, que você seja uma pessoa que se preocupa com o fim do mundo -q).

Mas essa não é a pior parte. A pior parte é que tudo aquilo para o qual eu caguei, tudo aquilo que reprimi ou simplesmente adiei pelo fato de que em breve não mais precisaria me preocupar (porque já teria virado um punhado de cinzas. não me enterrem pfvr) estourou com a intensidade mil sóis. Todas essas coisas resolveram fazer um motim e dançar por aí com plaquinhas de "quis ignorar? pois agora te fode aí".

Daora a vida.


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