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2012-05-17

What have you done today to make you feel proud

Eu uso um bloquinho pra anotar coisas do trabalho. Ele já tá no fim, e numa das últimas páginas eu encontrei essa frase que eu coloquei aí no título escrita a lápis, bem no meio da folha. Lembrei que muito provavelmente ela foi escrita por um amigo em folha aleatória no ano passado, quando esse bloquinho ainda tava no começo e eu usava pra outras coisas (sim, é um bloquinho bem durável, como se vê). Fiquei feliz de encontrar isso hoje. Essa frase é, aliás, o refrão da música Proud - que é a música que toca na última cena de QAF

# O que eu tenho feito, então. Tenho escrito, muito. Acho que isso já seria o suficiente. Tenho tentado não me importar com a falta de sentido do mundo (mais abaixo). Tenho ~obtido êxito~ em me desvencilhar daquilo que não sou obrigada a suportar. Tenho feito mais projetos, que eu provavelmente nunca vou terminar mesmo, mas gosto de pensar neles mesmo assim. Tenho ido atrás de fazer freelance, porque tá fácil pra ninguém. E tenho, principalmente e apesar de tudo, tentado não pensar muito, porque sabe como é; quando a gente começa a pensar, fode tudo. Maio já tá na metade, junho tá chegando e inferno astral bate na porta. 

# Eu tava respondendo no formspring esses dias umas coisas em que eu comentava que o que me deixa injuriada mesmo é falta de coerência. Contrariando o que eu mesma disse, esse parágrafo é completamente sem sentido pra grande maioria das pessoas que vão lê-lo, mas enfim. O fato é que, feliz ou infelizmente, não sei, a única coisa que eu consigo pensar sobre minha situação atual é que eu gostaria de entender as razões para que o quadro na minha cabeça finalmente pudesse fazer sentido; mesmo que fizesse sentido só para os envolvidos, eu ficaria bem mais aliviada em ver que pelo menos havia uma lógica nisso tudo, que havia um planejamento - e, a bem da verdade, eu queria saber se ao menos bate com a minha teoria. Vez em quando minha mãe diz que eu sou um robô por querer tudo em termos de lógica e, bem, talvez eu seja mesmo. Não acho isso de todo ruim, em termos de relacionamento, porque se não fosse assim eu muito provavelmente estaria tomando um balde de sorvete em casa e escrevendo sobre as dores da vida em vez de estar me sentindo apenas meio erradinha em ver a coisa por um lado mais analítico. Essa cena do sorvete, na real, acontece bem mais frequentemente quando as coisas dão certo do que quando dão errado, atestando assim como o meu chip veio invertido. Enfim. A verdade é que não sinto nada que supostamente deveria sentir; nem raiva propriamente dita, ou dor ou desespero ou tristeza. Sinto apenas uma espécie de incômodo por não conseguir entender a origem e a resolução do problema, da mesma forma que me sinto quando não consigo entender um programa que não retorna o esperado. Eu poderia, claro, procurar por isso, mas decidi que é melhor não. Vamos praticar o desapego com as Exatas e viver um pouquinho na incerteza, talvez me cause menos problemas - e é nessas horas que eu penso que talvez eu tenha mesmo escolhido o curso certo, afinal.

2 comentários:

Rôh disse...

Como é, menina? "Optar" pela incerteza faz com que você pense que talvez tenha escolhido o curso certo? Oxe! Não acho que uma coisa ateste a outra, não! Na verdade, diria que elas se excluem mutuamente.

A área que você escolheu te diz: "você tem de ter o controle de tudo, de todas as variáveis!" Nesse sentido, suas buscas e sentimentos diante de um programa que retorna o esperado ou quando não consegue entender a origem e a resolução de um problema são muito pertinentes dentro desse sistema de explicações/compreensão do mundo.

Por outro lado, lidar coma incerteza das coisas faz com que nos deparemos com nossa limitação, com nossa incapacidade de previsão e controle absoluto, com o fato de não sermos super-heróis ou máquinas e sim, seres humanos.

Enfim, ta fácil pra ninguém (risos).

Muni disse...

mas que, é que eu pratiquei a falta de coerência ali e não fechei direito - quis dizer que optei pelo curso certo justamente por causa de tudo que tá escrito antes, de querer a lógica. é que ficou confuso mesmo por causa do final, abstrai.