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2012-02-22

21.02.2007

me parece que foi nessa data, mas não tenho certeza. não tem muita importância agora; gosto mais de comemorar épocas do que datas.
"Eu lembro como você me olhava quando eu chegava em sala, atrasado, pra variar (e, às vezes, me mandava mensagem perguntando se eu iria pro colégio ou dizendo que eu estava perdendo a aula do Bandeira). Caminhava em tua direção e sentávamos nos mesmos lugares todos os dias. Lembro de tuas unhas grandes, pontudas e quadradas. Lembro de ficar com raiva por não conseguir obter nenhuma informação antecipada através de suas expressões (inexpressivas). Lembro que teus seios marcavam na farda e isso era muito sensual, apesar de você não ligar à mínima. Lembro de te ver escrever – e essa é uma das coisas que sinto mais falta: as linhas do teu caderno eram pretas (não sei por que lembro isso) e se alguma parte do Will não lhe agradava você apagava folha por folha, explicando-me que não precisava apagar perfeitamente e que eu e tua mãe éramos muito perfeccionistas nesse ponto. Hoje eu fico em dúvida em como, de fato, devo apagar."
somos dois saudosistas irrecuperáveis. desses que se encontram pra falar do tempo e do passado, desses que escrevem sobre si mesmos em todo carnaval, desses incapazes de escrever cartas com menos de dez páginas. 
"Lembro de como eu não queria estar com mais ninguém, de nossos segredos secretos, de nossa alma escancarada. Lembro do primeiro dia que te vi e, inexplicavelmente, da saia marrom que você usava e te fazia parecer, sei lá, diferente. Lembro de como estar com você parecia eterno até o dia que lembro que te abracei porque você iria partir, de te ver olhar para trás através do vidro traseiro do carro azul da tua irmã e depois de não ver mais o carro nem você nem nada."
tu me escreveu esses parágrafos em setembro de 2010. 
"E eu lembro, sobretudo, de nossas promessas, de nos darmos nossas liberdades, de brincar com tua orelha, da biblioteca e de te fazer ir pra coordenação. Lembro-me de não nos importarmos nem por um segundo, pois nós sabíamos de tudo. E, hoje, penso não saber de nada."
seis carnavais. e contando. 

2 comentários:

Larissa disse...

Muito bom encontrar escritos desse tipo depois de um tempo. Melhor ainda é constatar que ainda temos a pessoa que nos escreveu pra contar. Olha, sou das antigas em acompanhar seus blogs, acho que já li parte do primeiro texto no Status Quo (ou em outro rs), mas não me é estranho rs

Romell disse...

Ai, eu não me acostumo com essas coisas!

O que é que eu devo falar?... Bom... vou falar sobre os encontros, os encontros da vida. Eles me deixam abobalhado!

Não, vou agradecer pelo encontro, por ter te encontrado, por você fazer parte desta minha vida (e sabe lá de quantas outras e há quanto tempo), por você. Agradeço por você, "Obrigado, Deus, pela Kamila" rsrs.

Esses dias nublados de fevereiro realmente se parecem com a gente, hem?!

Puxa, seis carnavais! Preciso escrever sobre isso.

Amor, Romell.