Outro dia eu tava conversando com a Tangerina sobre O Encontro Marcado, que vocês provavelmente sabem que é o meu livro preferido de toda a vida. Ele é tipo C.R.A.Z.Y., só que em escala universal. Daí eu estava comentando com ela que leio esse livro pelo menos uma vez por ano, e toda vez que eu leio o vejo de um jeito diferente. Nessa mesma noite em que a gente conversou, tive vontade de ler de novo.
Faz uns quatro ou cinco anos que leio e releio esse livro, e ele não pára de me surpreender. Não é nem tanto pela história, mas pelo que ele significa, apenas isso.
Eu lembro que encontrei O Encontro Marcado na biblioteca da escola, quando tava na oitava série, metido entre uns livros mais paradidáticos bobinhos. Não sei quem foi que doou aquele livro à escola - ele já era velho, certamente não tinha sido comprado -, mas muito obrigada, hein. Lembro de ler durante as aulas, de parar de vez em quando pra mostrar uma parte que eu tinha gostado pra algum amigo. Parece que faz tanto tempo! E já ali eu sabia que tinha alguma coisa com aquele livro que me tocava de um jeito que nada mais fazia.
Quando terminei de ler eu soube o que era, e soube também em todas as outras vezes em que peguei pra ler de novo, fosse agora na biblioteca do CEFET ou no meu próprio exemplar. E há apenas alguns dias eu resolvi ler de novo assim, quase do nada, quase por acaso, quase que apenas pra matar a saudade, e de novo eu descubro coisas e vejo outro ângulos da mesma história, das mesmas palavras, e em todas as vezes eu só consigo me identificar mais e mais.
Hoje foi um dia tão feliz, por uma série de coisas, e também porque foi O Encontro Marcado que desencadeou essa série de coisas. Ontem mesmo eu estava triste e tensa, hoje mais cedo eu estava pensando se, afinal de contas, eu era mesmo uma pessoa boa, se eu era útil em alguma coisa, se eu era importante pra alguém (oi, outubro é o meu agosto), e etc.
Vamos resumir: eu abri o livro e li uma parte que gostava.
E, além de toda a série de coisas, eu percebi mais uma. Uma que eu, de um jeito ou de outro, eu já sabia, mas é fico muito feliz quando "redescubro".
Ser escritor não é ter um monte de livros publicados, não é estar na lista dos mais vendidos, não é ganhar um Nobel, não é necessariamente ser reconhecido profissionalmente como um. Ser escritor é apenas... ser. Como se é tantas outras coisas. Não importa que eu faça Engenharia ou, sei lá, Medicina (!), isso não me faz ser menos escritora, se é assim que eu vivo, se é assim que eu me sinto. Escrever não é necessariamente uma profissão, uma formação, é ser.
Bah, que feliz.
2 comentários:
Esse livro é demais mesmo. E quero reler... esse lance de sempre absorver coisas novas é muito verdadeiro. São novos momentos passados, novas coisas aprendidas. Há uns 2 anos e pouco eu li QUando Nietzsche chorou. Gostei. Agora estou relendo e está sendo perfeito. Lindo, muita identificação... amadureci, precisava disso pra entende-lo e vive-lo melhor.
estava com saudades daqui! Do WNLC, do Status (L)
to de volta!
;*
♥
haha já te disse, foi o que eu mais gostei: a escrita e o Eduardo como escritor.
Mas enfim. Próximo ano, eu leio de novo. ♥
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