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2011-12-08

Mash up

Fim de ano e bate aquela vontadezinha escrota de começar a listar coisas. Não comecei ainda, mas parei pra pensar e cheguei a conclusão de que, por incrível que pareça, eu consegui sim muita coisa que queria na vida. Não sei o que pensar do ano que vem; ainda é cedo, e vai ser ano par. 

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Não tenho escrito, mas não me sinto mal por isso. Não é que não tenha vontade, mas sei que não tenho nada de relevante a falar, então prefiro simplesmente não escrever. Mas, na verdade, eu escrevo. O tempo todo, aqui dentro, eu vou escrevendo, só não coloco no papel. Acho que o momento é de cartas, então que assim seja.

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Tenho percebido que não sou uma boa amiga. Pra falar a verdade, não sou boa em muitas coisas. Eu exijo muito das pessoas e dou pouca coisa em troca. Eu quero que as pessoas estejam comigo, mas não sei lidar quando elas precisam de mim (ou quando eu acho que elas precisam). O que acontece é que eu fico naquelas, sem saber se é melhor falar ou não, se é melhor isso ou aquilo, e acabo parada no mesmo lugar. Me sinto uma inútil nessas horas, com plena consciência de que quem me olha vê uma pessoa que não tem nada na cabeça. Não é bem assim, mas né, quem sou eu pra discordar da imagem que eu passo se é mea culpa?

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Durmo e falto aulas como se não houvesse amanhã. Nunca me disseram, mas imagino que há quem veja isso e pense que eu sou uma irresponsável (e não vai estar errado) e que acho que não preciso de aula pra passar (e aqui vai estar errado). Precisar até preciso, mas minha capacidade de fazer as coisas às vezes chega a um limite. Não consigo ficar acordada, desculpa aí. Se bobear nem percebo que dormi. Sou enjoada, sou reclamona, e ainda por cima fico atacando as anotações alheias em época de prova (porque, né, meu caderno tá uma bagunça só, eu fico escrevendo dormindo e não tem matéria que sobreviva no meio dos borrões e frases aleatórias do meu inconsciente), mas se eventualmente eu reprovar em alguma coisa (o que, curiosamente, só aconteceu quando eu "estudava de verdade") não se preocupe que eu sei que a culpa é minha e de mais ninguém. Não me acho inteligente, só acho que sei me virar; e se não conseguir, bem, paciência.

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O curioso é que, apesar desse meu descaso acadêmico, nesse semestre eu percebi que, olha que engraçado, eu até gosto do curso. Não é que não gostasse antes, mas é que eu nunca tive verdadeiro tesão pela coisa. É só algo que eu gosto e pronto, uma etapa necessária antes de entrar em uma área específica. Sempre admirei essas pessoas que passam anos querendo e tentando e conseguindo determinado curso/profissão, porque eu nunca tive isso. Não acho que seja exatamente necessário, mas acho que seria um sentimento interessante. 

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As únicas coisas na minha vida que sempre me deram o mais verdadeiro e profundo tesão profissional/acadêmico foram - preparem-se para os risos - astronomia e matemática. Eu, que reprovei duas vezes em Física e durmo e desenho caterpies e butterfrees na aula de Cálculo. E, vai, engenharia elétrica também. Mas tô aqui e tô pertinho, a área é próxima e é isso aí.

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Odeio acordar cedo. Parece frescura, e é mesmo, mas é coisa de eu acordar pensando no que eu fiz pra merecer essa vida, de passar umas boas quatro horas xingando mentalmente todas as gerações de quem tiver na minha frente, esperando o tempo passar. Acho que até já disse isso aqui várias vezes, mas não custa repetir. As primeiras palavras que passam na minha cabeça todo dia ao abrir os olhos são invariavelmente as mesmas doçuras: puta que pariu porra caralho que cu de vida onde é que aperta pra terminar não quero ir me deixa que horas são ad infinitum.

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Vou começar a lista dos achievements. Qualquer dia posto.

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