Christ, you know it ain't easy
You know how hard it can be
The way things are going
They're gonna crucify me
Eu estava assistindo Lennon Naked e pensando nos meus ídolos e até mesmo nos personagens com quem me identifico. Cheguei à conclusão de que é um bando de gente que se fodeu muito na vida (quem nunca, não é mesmo), mas também cheguei à outra conclusão interessante: mas que bando de gente escrota são essas pessoas que eu gosto tanto.
"Say, what're you doing in bed?"
I said, "we're only trying to get us some peace"
|
Meu coração pensa nessas coisas? Olha, até pensa. Mas eu como a biografia do John com farofa e choro quando lembro que ele morreu (sou dessas ok, lide com isso). Vejo o Aaron Johnson e o Christopher Eccleston reproduzindo o timbre da voz dele e o sotaque e derreto. Você não quer me ver assistindo meus bons dvds dos Beatles, trust me. Você não quer me ver assistindo as entrevistas do John, porque olha.
Sirius é outro com o qual atingi um nível assustador de identificação, em parte pelo que eu li e em parte pelo que imaginei em cima disso e transformei em headcanon. Com o James o sentimento é mais de nostalgia, de pensar que ele ainda poderia ter feito muita coisa, e não pôde.
Eu poderia dizer que gosto do Brian porque ele é bonito, porque ele derrete corações e incendeia cuecas, e seria verdade também (me deixa), mas o fato é que ele é o mais próximo que eu já vi um personagem chegar da escrotice autêntica; aquela que é apenas porque é, sabe? Ainda escrevo uma tese sobre o Brian, tô dizendo. Na verdade, um dos mais fortes motivos pra eu ter começado a reassistir Queer as Folk foi justamente pra poder fazer isso.
Não é que eu feche os olhos para as coisas ruins e finja que todo mundo é perfeito - eles não são. Talvez seja justamente por isso que eu goste tanto dessas pessoas. De algum modo elas me dizem que ser humano é tão maior que transcende aquilo que pensamos que nos faz gostar ou desgostar instantaneamente uns dos outros - e olha que alguns desses caras nem existem.
Eu não sou uma pessoa fácil de se conviver; essa é uma característica que não dá pra notar (muito) na internet, mas às vezes nem eu me aguento. Fico imaginando como as pessoas que convivem comigo 24/7 conseguem essa proeza. Quando consigo perceber o quão intragável estou sendo, penso que isso meio que anula tudo de bom que possa fazer. Quantas pessoas ainda conseguem te amar quando são continuamente expostas ao seu pior, eu me pergunto. Acho que é isso que eu vejo nas pessoas, digamos, duvidosas com quem eu me identifico.
Eu vejo uma chance.