Ontem eu tava reparando que não escrevo muito nas férias porque simplesmente não saio muito de casa e, consequentemente, não vejo gente. Sabe, a contradição fodida em que eu vivo se baseia no fato de que ou eu amo todo mundo ou odeio todo mundo.
Fato é que eu não sei socializar. Até que tentaram me ensinar, mas eu simplesmente não sei. Sempre esbarro em alguma coisa, mesmo quando parece que estou fazendo tudo direitinho. Eu gosto das pessoas, mas elas me estressam. Me cansam. Me fazem enjoar delas muito rápido. Nem todas, claro, mas uma boa parte.
Existem três coisas básicas que me deixam em pânico. A primeira é falar no telefone. Odeio. Eu posso conversar por horas com pessoas que já conheço há tempos, mas o momento mais temido do dia do meu aniversário é quando o telefone começa a tocar e tias desaparecidas no tempo vêm me dar parabéns.
A segunda coisa é ficar em filas. Estar em uma fila implica em ser atendido em algum momento e, acredite ou não, isso me assusta. Mas assustava mais antes, agora nem tanto.
A terceira, finalmente, é estar em ambientes novos onde não conheço ninguém. Ou ambiente não tão novos, mas em que não conheço quase ninguém. Minha primeira vontade é sentar num cantinho e passar os cinco anos da faculdade completamente despercebida, e a segunda, traço ingrato da minha personalidade, é querer ser vista. Dizer "centro das atenções" é meio pesado, mas é mais ou menos isso. Eu gosto de ser notada. E ao mesmo tempo não gosto, porque significa que vão ver se eu fizer alguma cagada. E eu sempre faço.
Mas sei lá. Eu gosto das pessoas, mas às vezes elas me dão uma preguiça. Você nunca teve a impressão de que conhecer pessoas novas é quase como um concurso de quem consegue agradar mais e melhor? É tipo isso. E isso cansa.
Então permitam-me ligar o foda-se.