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2012-08-24

My kingdom for a kiss upon her shoulder

Eu tinha, até pouco tempo atrás, o hábito de dizer pras pessoas que gostava que estava gostando delas; isso encurtava bastante o caminho para uma consumação ou para um fora e não alimentava paixões platônicas. Mas eu parei de fazer isso. Não sei se foi a timidez que, em vez de melhorar, foi aumentando com o tempo ou se é simplesmente uma preguiça inenarrável de iniciar novas relações com novos indivíduos. O fato é que a minha crush mais antiga tem mais ou menos uns três anos de duração e não planejo contar isso pra moça em questão jamais

Uma terceira explicação, aliás, é que talvez eu apenas goste muito mais do processo de me apaixonar do que o de efetivamente ficar com alguém - não é que eu não queira o segundo, mas o primeiro pode se alongar indefinidamente quase sem prejuízo, porque fica só na idealização. Acho que a última paixão arrebatadora que eu tive aconteceu quando eu tinha uns quinze anos e, essa sim, era daquelas que eu não queria ficar apenas imaginando; namoramos por nove meses. Cadê esse meu ímpeto de ir atrás? Perdi em algum lugar dos meus quinze anos pra cá.

Outro dia essa garota, que é  uns três anos mais velha que eu, me mandou um e-mail pedindo desculpas por algumas coisas que aconteceram quando a gente namorava e dizendo que entendia porque eu tinha parado de falar com ela. Eu li aquilo e fiquei assustada quando percebi que não fazia a menor a ideia do que ela estava falando, e que tudo aquilo já tinha acontecido há uns cinco anos. E que ela pensou que eu parei de falar com ela depois que terminamos. E o pior de tudo é que é melhor que ela pense assim, porque faz mais sentido do que o motivo real, que é: nada. Não existe motivo. Eu não tinha raiva, não deixei de responder nada, mas como todas as outras pessoas com quem fiquei na vida, depois de terminar eu simplesmente começava tudo de novo como se elas não tivessem existido; eu apenas paro de procurar contato e eventualmente a outra pessoa também, ou vice-versa. Fiquei pensando em como isso é triste, como faz parecer que todo mundo foi muito descartável. Eu gostava tanto dessa garota, terminei com outra pessoa pra ficar com ela, fiz de tudo no começo... e depois simplesmente não conseguia mais me importar. Não quero fazer esse tipo de coisa de novo; o que deve ser, provavelmente, o motivo pelo qual nem cogito ~abrir meu coração~ para minha tão amada crush. Vai que, por um acaso do universo, dá certo? Não quero tratá-la desse jeito. Quero gostar dela assim, muito tranquilamente, (quase) sem riscos.

Um dia você vai se apaixonar de verdade, aí vai ver a diferença, as pessoas me dizem. Não sei o que é que se chama de se apaixonar de verdade, mas imagino que eu vá perceber a diferença quando/se acontecer. Não é algo pelo que eu espere ansiosamente. Tenho dois grandes, enormes e estratosféricos amores que não são românticos. Será que é algo parecido com isso? Talvez seja. Enquanto isso não acontece, outras coisas acontecerão - e minha crush fica aqui, muito linda em todos os sentidos, porque puta que pariu que menina linda.

2012-08-03

Status: ainda tenho dez reais pra assistir o Batman

Dei uma turbinada no meu material de desenho, que antes era formado apenas pelo caderno de desenho, lapiseira, borracha e caneta. Em minha defesa devo dizer que não gastei todo o meu dinheiro nisso - o manequim e o livro de cima foram presentes.

pfvr largando a engenharia

Me apaixonei por esse livro de Desenho de Moda desde a primeira vez que o vi na Saraiva. Ele é completamente diferente do que eu já tinha (o de Desenho Artístico que tá embaixo) e desenho de moda não é exatamente o que eu costumo desenhar, mas as ilustrações são lindas e eu tô testando coisas novas. Nessa vibe de fazer coisas diferentes, comprei lápis de cor e obviamente ainda não sei usar direito, mas ok. O próximo passo vai ser comprar carvão e fixador (e, claro, o papel certo pra usar o carvão, porque né), mas vou aproveitar mais esse novo ~mundo de cores~ antes de voltar pro bom e velho preto e branco, que ainda é o meu preferido.

O resto do meu dinheiro desse mês foi embora na onda consumista de julho, em outros livros, roupas, cinema e comida, que sempre é o que me faz gastar mais. Só julho mesmo pra me fazer gastar com roupa. Acabou que não sobrou dinheiro pra comprar os bottons que eu queria, fica pra próxima.

Bom, além disso e ainda no meu esforço contínuo para fazer coisas que eu goste, voltei a nadar. Tem muitas coisas que me fazem gostar de nadar; uma delas é simples: todos os outros esportes envolvem suor. Da natação você já sai molhado e com frio, bem melhor assim. Ok que os meus braços ainda estão doendo, mas estão melhores que ontem, quando eu não conseguia nem levantar os coitados. Mas o lado bom é que eu tenho mais fôlego do que achava que tinha - se antes eu tinha o fôlego de um hamster fumante com asma, acho que agora tenho o de uma chinchila, que é maiorzinha, e até que fui bem no primeiro dia considerando que faz mais de um ano que estou parada.

Agora vou ali decidir se leio o livro ou fico só olhando pras ilustrações mesmo.