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2010-05-31

Sunshine

Bom, eu estava atrás de uma foto do Randy Harrison,


E aí acabei encontrando uma muito interessante do Gale Harold,


Então, nada mais justo do que terminar com os dois juntos, nos bons tempos de Brian/Justin:


fuck yeah.

2010-05-29

A friend is not a lover

III
(I, II)

Você falava.

Falava e eu ouvia, com um sorriso torto, sobre a nova mulher da sua vida.

(ou, pelas minhas contas, a terceira dos últimos seis meses.)

Você falava e eu ficava pensando em nós dois.

(e você não tinha como saber que era por isso que eu sorria, e assim eu acabava sorrindo mais ainda.)

Eu ficava me lembrando de quando matávamos aula e ficávamos perto daquela árvore enorme. Acho que você não se lembrava mais dela. Mas talvez lembrasse que ficávamos abraçados lá.

(talvez eu pudesse estimar também quantas vezes nos abraçamos, mas até isso seria demais agora, já que nós sempre estávamos abraçados.)

Eu ficava me lembrando de quando acordava na sua casa e ia fazer um café pra nós dois. De como você passava por mim na cozinha e beijava o meu ombro sem maiores intenções.

(ou de quando você acordava na minha casa, e se levantava para fazer o café – era ruim, e eu inevitavelmente tinha que fazer outro.)

Você falava de como ela era bonita.

Eu ficava me lembrando de quantas vezes você me disse isso. Talvez não tenham sido tantas, mas, por um momento, me permiti ficar feliz por você já ter dito isso pra mim mais vezes do que pra elas.

(e eu a vi, alguns dias depois – era realmente bonita, mas eu esperava mais.)

Falava que dessa vez poderia dar certo. Eu concordei, é claro. Pra você, sempre dá certo, mesmo que acabe.

(eu adorava a janela enorme da sua casa, principalmente quando você ficava lá comigo, olhando a cidade.)

Você ainda está falando dela, e eu fico feliz porque você pode fazer isso. Porque eu posso te ouvir e concordar. Porque eu posso andar na sua cozinha e fazer o café como se estivesse na minha casa. Porque não nos olhamos como estranhos quando acordamos de manhã na mesma cama.

(e, ainda por um momento, penso em como seria se eu fosse a única – decido, então, que não importa.)

Continue falando, eu vou ouvir.

2010-05-28

42

Às vezes eu deixo de postar aqui – ou em qualquer outro blog – porque tenho tanta coisa pra dizer que nem sei por onde começar. E, pensando bem, isso acontece o tempo todo: se eu tenho muita coisa pra fazer, acabo não fazendo nada porque não sei por onde começar.

Que droga.

Mas, enfim... Esses dias eu estava pensando em falar sobre como eu simpatizo fácil com as pessoas no ônibus. Sobre como os amigos que estão longe mudaram, ou se fui eu que mudei. Sobre a relação entre o episódio vinte de Glee, um post da Katherine, e uma puta depressão no meio da madrugada. Sobre como o dia de ontem foi nostálgico. E aí não escrevi nada. Mas agora acho que vou ligar o foda-se e escrever sobre tudo.

Então. Eu simpatizo fácil com as pessoas no ônibus. Não converso com ninguém, a não ser  que - caso raro - puxem conversa comigo. Mas é quase como se eu conhecesse as pessoas que pegam o mesmo ônibus no mesmo horário que eu – como os irmãos -, e morro de amores por trocadores que dizem “bom dia” e “obrigado” e por motoristas que fazem as curvas devagar e param mais à frente da parada só pra gente descer mais perto da entrada do CEFET.

Eu gosto de ficar reparando nas coisas e pessoas quando to no ônibus. Descer na parada certa é um movimento tão automático que posso deixar o pensamento vagar pra tudo quando é coisa e nem pensar no caminho. Fico reparando que todo mundo tem um lugarzinho preferido pra se espremer, um jeito de esticar as pernas, um jeito de colocar a bolsa no colo. Que as mulheres tendem a procurar lugares vagos ao lado de outras mulheres. Que existem pessoas capazes de se segurar com uma mão enquanto carregam livros na outra – eu não consigo essa proeza.

Ficar reparando nessas coisas tão pequenas me deixa... sei lá, feliz. E ainda no ônibus, ontem, eu senti o perfume doce que minha amiga usava.

Já no CEFET, eu comecei a escrever uma carta para ela, que mora nos Estados Unidos (Rebeca, te amo, beijos!). Daí eu me lembrei de todas as cartas de amigos que eu tenho guardadas aqui, e fiquei pensando em como metade deles havia mudado de uma forma que me faz não reconhecê-los mais. Às vezes eu penso que exijo demais das pessoas. Às vezes eu penso que exijo demais de mim mesma. Já me disseram umas duas vezes que eu sou irritantemente fiel demais a mim mesma e ao que eu penso. Existe exagero de fidelidade? Isso é egoísmo?

Bah.

E então, ainda na tarde de ontem, eu me senti meio que de volta ao passado. Não um passado distante, mas o passado de cerca de pouco mais de um ano atrás. Eu olhei pras pessoas da minha sala e de repente gostei tanto delas. Mesmo que a gente tenha meio que se matado algumas vezes. Foi como se o mundo tivesse parado de girar por um segundo e dado uma volta pra trás. Sei lá.

E então, finalmente, depois de ter conseguido relacionar todas essas coisas em uma história coerente (ou quase isso) e em um único post – me sinto vitoriosa, hahaha - chegamos à noite de ontem.

Fui assistir Glee. Não vou ficar dando spoiler, mas quem viu ou quem ainda verá o episódio vinte saberá do que estou falando. De modo geral, posso dizer que eu desabo muito fácil quando um filme/episódio/livro me atinge pessoalmente. E nesses últimos dias eu formei um combo de coisas choráveis assistindo Doctor Who e Lost, e lendo Brumas de Avalon e Eu sou o mensageiro.

Eu fiquei pensando nesse post da Kath, e em como as pessoas podem ser cruéis simplesmente... por ser. E eu me senti tão pequena e assustada de repente. Como se, de repente, todos os xingamentos e todos os ódios por todos os tipos de coisas estivessem voltados pra mim. Como se eu estivesse no meio de um beco escuro cheio de pessoas com armas apontadas pra mim, sem nem saber o que eu fiz de errado, e de repente me desse conta de que não tinha feito nada de errado, e mesmo assim atirassem. É como se você perguntasse pra alguém “Por que você me odeia?” e a pessoa respondesse “Porque você é humana.”

E eu não entendo. O que me deixou angustiada é que não consigo entender. E foi isso que me deixou chorando litros na noite/madrugada de ontem.

(ainda sobre Glee: Pam ♥)

2010-05-26

Live together, die alone

Sobre quem reclamou/não entendeu o final de Lost:
Porra, cara, se mata. Se quer a informação toda mastigadinha e pronta pra consumo, vai na Lostpedia e lê um resumo. A grande maioria do que estão dizendo ser "mistérios não respondidos" são, na verdade, coisas que qualquer pessoa que tenha assistido as seis temporadas com atenção sabe que foram:

a) respondidas nos episódios/temporadas anteriores.
Em Lost, três coisas podem acontecer com um "mistério": ou ele é criado em uma temporada e respondido na seguinte, ou ele é aumentado na seguinte, podendo ou não ter sido respondido em parte, ou ele simplesmente não é respondido claramente para que você mesmo esclareça com as informações que já tem. Me diz, cara, que graça teria responderem tudo, tim-tim por tim-tim? Seria chato. Extremamente chato. 

b) ou então são coisas sobre as quais a gente já tem informação suficiente para entender e ter uma resposta.
Vai esperar que no último episódio da última temporada venha um personagem contar bem bonitinho tudo o que aconteceu e resolver tudo? Não, né. Não vamos subestimar nossa inteligência, por favor.


Sobre o final de Lost:
Eu tinha dito nesses últimos dias pra uns amigos que Lost chegou a um ponto na minha vida que, pra eu não gostar do último episódio, ele teria que ser uma merda muito grande. Mas muito mesmo. E sabe o que aconteceu? Nem foi ruim. Foi ~LINDO~. Assim, muito. E eu não tinha medo de não gostar porque eu sempre respeitei Lost. Acho que a série nunca prometeu mais do que poderia cumprir, e o final foi realmente digno de tudo.

Quando você passa tanto tempo assim assistindo uma série, ela se mistura com a sua vida. Lost, pra mim, era o que fazia todo mundo se reunir na frente da televisão/computador altas horas da madrugada. Era aquela espera angustiada pelo próximo episódio. Era aquela série que se tornou tão nossa que quando alguém morre eu choro com se fosse um parente meu.

E quando o último episódio terminou, eu não chorei exatamente porque estava triste, mas porque foi tudo tão bonito e porque, quando as peças se encaixaram e tudo fez sentido, eu vi que aquele era mesmo o fim e fiquei feliz por ter sido do jeito que foi. No fim das contas, foi paz.

2010-05-21

Burn, baby, burn

(Burn Gorman)

quem precisa ser bonito com um nome sugestivo desses?


fuck yeah.

2010-05-11

Shine on you, crazy diamond

Dois irmãos que estudam perto do CEFET - sei pelas suas fardas - pegam o mesmo ônibus que eu. Isso, claro, se calhar de a gente sair no mesmo horário. Parada lotada, todo mundo se espreme pra entrar quando o ônibus chega, e eles nunca se separam. Na primeira vez que os vi, percebi que eram irmãos porque são parecidos. Os olhos, a boca, o rosto em geral. Ele não deve ter mais do que dezesseis anos, ela não deve ser mais do que dois anos mais nova. Eles descem na parada anterior à minha.

Acho tão bonito eles não se sentarem se não tiver dois lugares juntos. Hoje o ônibus estava tão lotado, e ele passou entre todo mundo, desbravando a massa compacta que eram os passageiros. O braço dela o seguia, a mão não soltava a mochila do irmão.

Quando eu era menor, meu irmão - muito mais velho do que eu - me mostrava as estrelas e constelações. Não sei se é porque hoje sou mais míope, se é porque a rua está mais iluminada, ou se é porque simplesmente me desacostumei, mas na época parecia que havia mais estrelas no céu. Ele tinha uma luneta, simples mas útil, que algum lugar da minha memória me informa que está quebrada há anos, provavelmente já no lixo.

Lembro claramente de Orion, das Três Marias, de tentar decifrar um Leão e um Escorpião desenhados no céu, de juntar as estrelas. Marte. A Estrela D'Alva. Touro. Como diferenciar uma estrela de um planeta. Os eclipses da lua. Há mesmo um dragão lá? Lembro de Sirius. Sempre gostei de Sirius (mesmo antes de ler Harry Potter!, hahaha), porque ele me disse que eram duas estrelas - Sirius A e Sirius B - e, mesmo sabendo hoje que provavelmente nem dá pra ver as duas ao mesmo tempo, eu sempre vi as duas juntas. Talvez seja a minha imaginação.

A maior e a menor, e elas nunca se separam.